Todos já ouvimos a expressão experiência do candidato ou mais comummente, satisfação do candidato. E porque já é velha e sapiente a expressão que “o cliente tem sempre razão”, nada como olhar de forma cada vez mais atenta e pormenorizada para este tópico também no mundo dos Recursos Humanos.

Mas afinal em que nos podemos inspirar para garantir esta satisfação do candidato? A abordagem mais corrente passa por aplicar princípios de design e técnicas de Engenharia conhecidas como User Experience ou UX em processos mais comuns, como por exemplo uma candidatura a uma oportunidade de emprego, por forma a se proporcionar ao candidato uma experiência simples, eficaz e agradável.

Mas não é isso que todos tentamos fazer? Provavelmente na teoria sim, mas será que na prática é realmente assim? Mais do que aplicar os princípios anteriormente referidos existe um princípio de base que pode e deve ser seguido – ouvir o “cliente” – sim o candidato é um cliente e como qualquer cliente tem expectativas, preferências e tendências que gosta de ver o quanto possível cumpridas.

E como podemos ouvir o nosso cliente? A forma mais simples e objetiva será medir de forma concreta qual o seu grau de satisfação numa determinada situação, recolhendo também ideias e sugestões que o mesmo possa querer partilhar, como forma de ver um determinado processo melhorado.

user experience

E depois? O que fazer com essa informação? Essa sim é a parte fulcral de todo o processo de trabalho ao nível da experiência do candidato – realmente utilizar os dados recolhidos em prol do processo – mesmo que implique rever e até pôr em causa os métodos e formas de trabalho que sempre foram utilizadas por uma determinada entidade – afinal o foco deve estar na satisfação do cliente e não na entidade que interage com o mesmo. Ainda que se possa procurar manter uma identidade e ADN corporativo há que sabe escutar e ceder às evidências.

Mas serão os ganhos realmente compensatórios perante tal processo eminente de mudança? A experiência prática diz-nos que sim – peguemos num exemplo concreto – um cliente nosso que recentemente investiu na revisão completa do seu processo de Recrutamento, procurando agilizar e digitalizar o mesmo, dotando este mesmo processo de maior proximidade para com o seu público-alvo – jovem talento no Mercado que cada vez mais valoriza não só a oportunidade, mas o processo ao qual é sujeito durante as fases de seleção.

Este cliente ao saber analisar e interiorizar os resultados dos surveys que aplicou em combinação com estratégias de atração e avaliação mais simples e digitalizadas conseguiu obter aumentos significativos (acima dos níveis de satisfação dos candidatos envolvidos na edição anterior) de onde se destacam resultados como 67% de candidatos se mostrarem muito satisfeitos com processo de recrutamento, 73% de candidatos indicarem que irão com certeza referenciar e sugerir a outras pessoas que participem em próximas edições e 98% sublinharem que com certeza se irão candidatar a outras oportunidades que possam surgir na mesma empresa – isto independentemente de terem sido ou não selecionados para fases mais avançadas do processo ou convidados a integrar o programa.

A isto chama-se implementar uma Experiência do Candidato Afirmativa e consequentemente gerar uma imagem positiva da empresa junto do candidato – o tal “cliente” que deve ser foco da nossa atenção, seja no processo de conceção ou otimização das atividades que enquanto empresa desenvolvemos.

Escrito por: Manuel Coelho – HR Product & Project Manager.